sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Um cacique para várias gerações da tribo

Luiz Torquato, presidente do COnselho Deliberativo do Guarany de Sobral (Foto: Kiko Silva / Agência Diário)Ser considerado o primo pobre do grupo na Série C não é uma visão tão exagerada assim para o Guarany de Sobral. Ao lado de clubes que desfilavam por Séries A e B até bem pouco tempo, o Guarasol tem uma história bem peculiar e ainda busca se firmar como uma potência do futebol nordestino.
O Cacique do Vale faz referência aos índios guaranis, uma das maiores tribos indígenas brasileiras; e ao Vale do Acaraú, região na qual está localizada a cidade de Sobral. Mas bem que o tal cacique poderia fazer alusão ao atual presidente do Conselho Deliberativo do clube, Luiz Torquato, que comanda o futebol no Guarany desde 1982.
Na época, o clube vivia um período complicado financeiramente. Depois de ter conquistado o 1º turno do Campeonato Cearense, em 1970, o Guarany estava no limbo do futebol cearense. Sem forças para reagir e devendo salários a jogadores e funcionários no final dos anos 70, os conselheiros recorreram ao nome de Luiz Torquato, que sequer estava ligado ao futebol.
- Eu era do ramo de cavalos. Nunca tinha me envolvido com futebol antes. Mas tinha dinheiro e resolvi bancar o time - declarou Luiz Torquato.
Com o investimento de Luiz Torquato, o clube sobralense ganhou fôlego. Logo em 1983, fez ótima campanha no estadual, terminando em terceiro lugar, o que possibilitou ao Guarany disputar a Taça de Prata no mesmo ano, o que equivaleria à Série B de hoje.
Por ser longa, a administração de Luiz Torquato viveu altos e baixos durante esses quase 30 anos. O clube, aliás, parece ser dependente da força dos Torquato e vice-versa. E quando se fala em "Os Torquato" é porque não é só o pai que gerencia o Cacique do Vale. Hoje, o presidente é o filho Luzinho Torquato, mas um dia também já foi a esposa do velho Torquato.
O manda-chuva do futebol sobralense tem sempre declarações ácidas e é quase um mito local. Quando ele cansa do cargo de presidente, coloca alguém da família. No entanto, está sempre por perto para dar a palavra final ou, até mesmo, um bom conselho - como se fora um Don Corleone cearense.(globo.com)

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