Consciência política na RCC
“Quando dominam os justos, alegra-se o povo. Quando governa o ímpio, o povo geme” (Prov 29,2).
A partir deste texto podemos interpretá-lo e aplicá-lo ao contexto
político pelo qual passa nosso país e o papel dos cristãos,
especificamente naquilo que nos toca, os membros participantes da RCC.
Assim como não existe uma “missa carismática”, pois toda missa já é
carismática (segundo alguns liturgistas), podemos dizer, contudo, que
existe um jeito carismático de celebrar a missa. De modo semelhante,
embora não haja uma “política carismática”, ou seja, vinculada
diretamente ao movimento, podemos dizer, no entanto, que existe um jeito
“carismático” de fazer a política.
Como diriam os gregos, “o homem é um ser político”. Assim, é parte
constitutiva do ser humano e sua vivência na cidade, o engajamento
político. Evidente que a partir de um olhar cristão e católico. Como nos
ensina a Igreja no documento Gaudium et Spes: “o cristão que descuida
os seus deveres temporais, falta aos deveres para com o próximo e até
para com o próprio Deus, e põe em risco a sua salvação eterna” (N. 43).
Podemos afirmar sem receio que a cidadania e o engajamento também
compõem a nossa espiritualidade e o nosso ser cristão. Como nos ensina
um documento dos bispos americanos: “a cidadania é uma virtude e a
participação no processo político é uma obrigação” (Political
Responsability, 1995).
Mais do que a simples indignação (o que já um grande passo!) é
preciso que tomemos consciência dos assuntos que incidem diretamente
nossa sociedade e, também, vêm de encontro diretamente aos valores do
cristianismo. É necessário engajamento para haver mudanças.
Francisco Elvis Rodrigues Oliveira
(Ministério de Fé e Política – RCC Fortaleza)