A propósito, você lembra em quem votou nas últimas eleições para vereador?
“Como era mesmo o nome dele? Vixe... Agora me deu um branco, ó. Tô com a memória ruim”. Não teve jeito. O zelador Robério de Sousa Maciel, 34, franziu a testa, olhou para o céu, perdeu o olhar tentando puxar pela memória, mas não lembrou em quem votou nas últimas eleições para vereador. Ele só recorda que o candidato havia prometido um milheiro de tijolo para a família construir uma casa. “Mas promete e depois das eleições, aí pronto. Some”, lamenta Robério. “Tudim lá em casa votou nele. Tem bem uns 15 (eleitores) lá em casa”.
Robério é apenas um entre tantos cidadãos que votam sem conhecer o candidato e suas propostas. Já que a discussão central gira em torno da escolha para a Prefeitura, as eleições para vereador são negligenciadas. Ao eleger seus representantes na Câmara Municipal, muita gente sequer sabe qual papel o candidato eleito vai desempenhar.
Em rápida enquete realizada na Praça do Ferreira quinta-feira, a maioria dos entrevistados pelo O POVO citou como missão do vereador trazer benfeitorias para o seu bairro. Por benfeitorias, entende-se: asfaltar as ruas, construir postos de saúde, escolas, creches. Atribuições que, na verdade, cabem ao Executivo Municipal, ou seja: à Prefeitura. “Então por que eles prometem se não é da alçada deles?”, questionou uma das eleitoras ouvidas pela reportagem.
Equívocos
Neste ano, o eleitor se verá novamente diante da tarefa de escolher um candidato a vereador. E a edição de hoje do O POVO tem o propósito de alertar sobre a importância de escolher bem o seu representante, pois você é também responsável pelo bom ou mau rendimento da produção do parlamento. Para isso, é fundamental entender o papel do parlamentar e observar se as promessas de campanha condizem ou não com a real atribuição dos eleitos.
Lucinthya Gomes
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