A suspeita de fraude de R$ 1 bilhão na Caixa Econômica Federal, revelada ontem, 18, pela Folha, intensificou a disputa entre PT e PMDB pelo controle do banco estatal. O caso foi considerado grave no Palácio do Planalto, que teme as consequências da rixa dos dois principais partidos que apoiam a presidente Dilma Rousseff no Congresso.
Na sexta-feira, Dilma recebeu o presidente da Caixa, Jorge Hereda, que narrou a ela sua versão do episódio. Para acalmar os ânimos, interlocutores de Dilma procuraram o vice-presidente Michel Temer (PMDB) para dizer que não há interesse do Planalto no acirramento da crise e pediram para que ele atue junto ao seu partido.
Graças a uma omissão no sistema de informações da Caixa, uma corretora vendeu papéis da dívida pública de baixo ou nenhum valor por preços acima do mercado. A omissão ocorreu em departamento vinculado à vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias, há anos ocupada pelo PMDB. Na época das transações, o posto era comandada por Moreira Franco (PMDB), atual ministro de Assuntos Estratégicos e um dos braços direitos de Temer.
Seu substituto foi Flávio Cleto, apadrinhado do PMDB, que está no posto até hoje, mas que tem a recondução ao Conselho Curador do FGTS ameaçada por pressão do PT. O conselho é um órgão poderoso, que define a destinação de verbas como os R$ 24 bilhões que o fundo tem para investimentos. Ele é desafeto político do petista Hereda, a quem os peemedebistas já apontam nos bastidores como corresponsável pelos problemas detectados nas transações.
(Folha de S. Paulo)
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