segunda-feira, 21 de março de 2011

Casa de Apoio Ana Rosa Gattorno enfrenta dificuldade financeira para atender portadores de HIV


Para quem precisa de apoio e assistência no tratamento do vírus HIV encontra neste Município a Casa de Apoio Madre Ana Rosa Gattorno, única do interior que recebe portadores de HIV. Mas a falta de ajuda financeira e de voluntários está comprometendo o funcionamento da instituição que recebe a cada mês 1.040 pacientes com Aids, que vem em busca de tratamento. Pessoas de Sobral e de 60 Municípios da região Norte e parte do Piauí e Maranhão.
As dificuldades vão desde o número de leitos, apenas 30, até alimentação. Elias Nobre Almeida, um dos diretores da casa, informa que as portas da Casa de Apoio Madre Ana Rosa Gattorno estão abertas 24 horas para abrigar os portadores de HIV, embora a residência não seja própria. “Todo o mês tem o aluguel, as despesas com água, energia, telefone, manutenção dos que se abrigam, transporte dos pacientes para exames e internação. Quem vai embora, não sai de mãos abanando; leva uma cesta básica”, destaca ele.
A Casa de Apoio Madre Ana Rosa Gattorno, em Sobral, abriga também até os que vêm de outros Estados nordestinos como Maranhão e Piauí, além do Sudeste, como São Paulo. “São pessoas que foram embora para outras regiões e que descobrem a doença e acabam voltando para as cidades de origem. Os que têm consciência acabam vindo buscar ajuda para o tratamento, outros preferem transmitir o vírus”, disse Valdézia Sampaio, uma das coordenadora da casa.
Inaugurada em 2002, é um núcleo da Rede de Solidariedade Positiva (RSP+CE). Sempre necessita de gêneros alimentícios e de peças de cama e banho. Um dos repasses financeiros assegurados vem do Ministério da Saúde, no valor de R$ 10,5 mil, por meio de um convênio com a Prefeitura de Sobral, que segundo Elias Nobre não foi repassado ainda este mês por conta da renovação desse contrato. “Já comunicamos ao secretário Carlos Hilton, que nos garantiu que o contrato já foi encaminhado ao gabinete do prefeito Clodoveu Arruda”.
Outro recurso garantido vem do Município de Reriutaba, no valor de R$ 545, garantido por Lei Municipal aprovada pela Câmara. Dinheiro considerado insuficiente devido ao número de compromissos a sanar. “Seria necessário o dobro do que é arrecadado para mantermos a Casa em perfeito estado de funcionamento. Precisamos de mais voluntários para as tarefas do dia-dia”, adiantou Nobre. O único veículo foi doado pelo Ministério da Saúde, que é usado principalmente para carregar material de doação e pessoas, até de municípios vizinhos.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do Município, por meio do Centro de Orientação e Apoio Sorológico, no ano passado, pelo menos 23 pessoas morreram por contaminação da Aids. Segundo Elias, em 2002, quando a casa começou a funcionar, eram 110 casos confirmados. Hoje são 1.040. A maioria são mulheres que acabam descobrindo a contaminação pelo vírus durante a gravidez.
Entre esses casos uma jovem de 19 anos, que mora no Município da região litorânea. Segundo ele, contraiu Aids com o companheiro, com quem vivia há mais de um ano. Desse relacionamento nasceu uma criança, que não se tornou positivo. Ela faz parte de um universo de 120 crianças nascidas no ano passado – filhos de pais com o vírus -, mas que não contraíram a doença.
Doações
Para fazer doações em dinheiro à Casa de Apoio Madre Ana Rosa Gattorno, as pessoas podem depositar no Banco do Brasil, agência 001- 0085X – c/c 37.387-7. Para doar alimentos, roupas, calçados e outros objetos, as pessoas podem ir até a sede da entidade.
Despesas
“Todo mês tem o aluguel, as despesas com água, energia, telefone, manutenção dos que se abrigam”
Elias Nobre Almeida
Um dos diretores da Casa de Apoio Rosa Gattorno
por WILSON GOMES

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