sábado, 2 de abril de 2011

Bullying: colégio terá que indenizar família de aluna


O Tribunal de Justiça condenou o Colégio Nossa Senhora da Piedade, na zona norte do Rio, a pagar R$ 35 mil de indenização à família de uma aluna que sofreu agressões físicas e psicológicas na escola.
Os desembargadores da 13.ª Câmara Cível negaram por unanimidade o recurso da instituição, dirigida por freiras. A menina, hoje com 15 anos, vai receber R$ 15 mil e seus pais, R$ 20 mil.
A estudante J. tinha 7 anos quando ela e outros colegas começaram a sofrer bullying, promovido por dois meninos da turma. Num dos episódios, um lápis foi espetado em sua cabeça e ela arrastado, causando arranhões.
Em outro, a menina foi amarrada. "Quando eu fui me queixar, disseram que eles estavam brincando de Power Rangers", contou a mãe, a comerciante Ellen Bianconi Alvarenga, de 50 anos. J. também foi agredida com socos, chutes, gritos no ouvido, palavrões e xingamentos.
Ellen contou que durante todo o ano de 2003 tentou resolver o problema com a direção da escola. "Numa tarde, eu tive uma longa reunião para discutir o assunto e, quando saí da sala da diretora, soube que minha filha havia sido atendida na enfermaria. Estava toda arranhada", lembra.
Na época, Ellen procurou a Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que se ofereceu para fazer palestras na escola sobre o bullying. "O colégio não aceitou. O problema não é ocorrer bullying, mas como a escola lida com a questão. No caso, diziam para a minha filha fingir que o agressor não existia."
J. passou a ter medo de ir para a escola, sofreu de terror noturno, voltou a urinar na cama e desenvolveu fobias. Teve de ser acompanhada por neuropediatra e psicólogo.
"É muito difícil brigar contra uma escola religiosa. Muitas vezes eu fui tachada de "mãe encrenqueira". Mas nada paga o sofrimento que minha filha e minha família enfrentaram", disse Ellen. "Espero que esse caso sirva de exemplo para outros pais, que fiquem atentos, e para que outras escolas não se omitam." 

Um comentário:

  1. Meu nome é Ellen Bianconi.. mãe da menor que sofreu o Bullying do processo acima.
    Não tenho como sair dessa página sem me pronunciar e, a título de esclarecimento, devo dizer que cheguei à Justiça apenas e tão somente porque a direção do colégio ‘abriu’ as portas para que eu procurasse ajuda externa, visto que eu solicitei atenção para os problemas de agressão física e emocional, sofridos pela minha filha, desde meados de MAIO/2003 através de inúmeras solicitações verbais e escritas.
    Apenas como desabafo, devo esclarecer alguns aspectos que eu considero de suma importância dado o âmbito da questão: A CORTE ENTENDEU QUE HOUVE A CONFIGURAÇÃO DO DANO MORAL E QUE A ESCOLA DETÉM RESPONSABILIDADE SOBRE TANTO, VISTO QUE ERA OBRIGAÇÃO DA INSTITUIÇÃO RESGUARDAR E MANTER A INTEGRIDADE FÍSICA E PSÍQUICA DA MINHA FILHA ENQUANTO LÁ PERMANECIA. Ainda a título de esclarecimentos, DEVO INFORMAR que a MAIORIA DAS AGRESSÕES SOFRIDAS PELA MINHA FILHA ACONTECERAM DENTRO DA SALA DE AULA E, NA GRANDE MAIORIA DAS VEZES, COM A PROFESSORA PRESENTE !!!!
    Tenho dito que se fosse de 1 real, o valor da indenização, a minha satisfação pela conduta de todos os Juízes e Desembargadores envolvidos neste processo seria a mesma, diante de TAMANHA IMPARCIALIDADE na apuração dos fatos, visto que o colégio Nosa Senhora da Piedade é 1 escola particular de origem Cristã!!!
    Mas em contrapartida, fosse de 1 milhão e eu continuaria com a afirmação que: NENHUM VALOR tem o poder de apagar TUDO o que ela e nós ( os pais ) vivenciamos.
    Mas, confesso que considero o valor estipulado irrisório!! Pois tudo o que nos aconteceu, os traumas gerados, as feridas sofridas, enfim.. TUDO PODERIA TER SIDO EVITADO se não fosse a negligência e o pouco caso que a escola dedicou às minhas queixas e reivindicações e, DESDE O INÍCIO, !!!!!!
    Li no processo a alegação da escola dizendo que todas as medidas foram tomadas E, então, eu pergunto: QUAIS MEDIDAS? E QUAL CRIANÇA SE PRIVILEGIOU DELAS? POIS NÃO TENHO MEDO DE AFIRMAR QUE A MINHA FILHA NUNCA TEVE, SEQUER, 1 ENCAMINHAMENTO PARA NENHUM TIPO DE ACOMPANHAMENTO, TRATAMENTO ETC. Se a Fiscalização Escolar e o Conselho Tutelar se envolveram, foi porque EU os procurei, já em desespero, para solicitar ajuda.
    Se a minha filha teve acompanhamento psicológico a tempo, foi porque EU procurei pelo pediatra para reclamar das suas dores de cabeça e abdominais, da insônia, do terror noturno etc e então depois de algumas ‘investigações’, foi encaminhada para neuropediatra e, consequentemente, à psicologia.
    Gostaria de aproveitar a essa oportunidade e tornar pública o meu agradecimento aos meus advogados: Dr IVANI LUIZ DA COSTA & Dr RODRIGO TAVARES SALLES dois seres humanos grandiosos em suas atuações e considerações com a minha filha e família. E, claro, à Deus e à minha mãe, que é o meu exemplo de vida!!
    Eu sei que, ainda, cabe outro recurso.. mas independente disso, nós não poderíamos dar essa história por encerrada, pois acreditamos que através dela poderemos servir de exemplo, alertar, ajudar outras pessoas, enfim.. Então, montamos o nosso Blog: http://bullyingnaoebrincadeiradcrianca.blogspot.com/
    Visitem, comentem, participem.. a hora é de União e cobranças para AÇÕES PREVENTIVAS, JÁ!! Afinal, Bullying NÃO É brincadeira de criança, NÃO MESMO!!
    Ellen Bianconi

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