quarta-feira, 24 de março de 2010

Carroceiros descumprem lei


Juazeiro do Norte. As medidas de proteção aos animais estabelecidas na lei 4.645, de 1934, período do governo de Getúlio Vargas, mesmo quase 77 anos depois, continuam atuais. Os açoites, pesos em demasia, horas extenuantes, fome e sede, idade além da condição de trabalho, além de percorrem distâncias além de 10 quilômetros, como está na lei. É essa a realidade dos animais de tração, que estão nas ruas das cidades do Cariri.

A fiscalização parece fechar os olhos para um tipo de transporte de carga, que mesmo tendo diminuído em relação há alguns anos, ainda é bastante comum nas ruas das cidades interioranas. No Crato, um dos pontos mais conhecidos está na Rua Tristão Gonçalves, mais conhecida como a Rua da Vala. É lá que dezenas de carroceiros atuam, para ganhar. Mas há outros postos espalhados pela cidade, além dos que ficam trabalhando de forma ambulante.
Para o presidente do Instituto Brasileiro do Direito à Vida dos Animais e Meio Ambiente (Ibdvama), Francisco Pereira da Silva, no Crato, a fiscalização em relação aos animais de tração vem acontecendo. Ele afirma que o animal deve carregar até o dobro do seu peso, mas não diz o parâmetro para essa condição. "Para o animal de 200 quilos, pode levar até 400", diz. Isso, de acordo com o porte e as condições de saúde. Outro fator está relacionado à idade. Até 10 anos é o período ideal de trabalho. O que na prática, quase nenhum carroceiro segue, já que a média dita por alguns é de 25 a 30 anos. Procuram justificar pela hora de trabalho e o peso que o velho animal pode carregar. Muitas vezes o cansaço dos animais recebe o reforço do chicote, para que a atividade chegue a algum rendimento.

Fonte: Diario do Nordeste

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